Sintomas das alergias
Os cães com alergias podem exibir os seguintes sintomas:
- Lamber as patas
- Esfregar o focinho nos tapetes
- Coçar-se
- Otites recorrentes
- Perdas de pêlo generalizadas ou localizadas
- Pele em ferida
Seria lógico que um cão alérgico a algo que está no ar tivesse corrimento nasal ou um cão com uma alergia a algum alimento vomitasse ou tivesse diarreia, mas na realidade um cão alérgico exibe normalmente problemas de pele e comichão e por vezes otites crónicas. Para além disso os cães alérgicos costumam lamber as patas até estas se apresentarem vermelhas e irritadas; poderão também esfregar o focinho na carpete ou no sofá ou coçar o flanco e a barriga. É muito comum encontrarem-se infecções bacterianas secundárias devidas às lesões provocadas pelo próprio animal quando se coça.
Alergenos
Quando um cão é alérgico a algo o seu organismo reage a certas moléculas chamadas "alergenos".
A resposta do organismo a um alergeno
Em cães as alergias começam a manifestar-se geralmente entre o ano de idade e os três. Poderão começar até aos seis anos mas 80% dos casos começa antes. Para piorar as coisas, à medida que o animal envelhece vai geralmente desenvolvendo alergias a mais coisas diferentes e a resposta a cada alergeno individual torna-se mais severa.
Diagnóstico das alergias
A maior parte das alergias são resposta a alergenos inalados e são de ocorrência sazonal. Um cão poderá ser alérgico a um pólen de uma árvore que só está presente no ambiente durante três semanas por ano ou poderá ser alérgico aos ácaros do pó da casa que estão presentes todo o ano. Um diagnóstico definitivo de uma alergia e a determinação da sensibilidade alérgica podem ser conseguidos de duas formas complementares:
Testes alérgicos: testes intradérmicos ou sanguíneos. Nos testes intradérmicos inoculam-se pequenas quantidades dos alergenos na pele e observam-se os resultados. Nos testes sanguíneos titulam-se as quantidades de imunoglobulinas específicas presentes no sangue do animal.
Testes de eliminação: aplicam-se principalmente para excluir alergias alimentares. O que se faz é excluir individualmente da dieta do animal alimentos suspeitos até isolar o culpado.
Tratamento
Minimizar o contacto com os alergenos
Esta medida é extremamente importante no controlo da atopia. Apesar de ser impossível eliminar completamente o contacto com todos os alergenos, muitos poderão ser reduzidos com esforço mínimo por parte do proprietário. Esta medida raramente se afigura como um tratamento completo mas é muito útil em conjunção com outros tratamentos.
Alergeno | Sugestão de minimização do contacto |
Pó da casa | Manter os animais longe das divisões quando se procede à limpeza das mesmas e durante algumas horas seguintes.
Limpar os filtros das caldeiras com regularidade. |
Ácaros | Usar uma funda de plástico para forrar a cama do animal.
Lavar as cobertas com água bem quente (50ºC). Evitar que o animal durma directamente sobre os estofos. Evitar brinquedos de peluche. Manter o animal em divisões sem alcatifa. |
Bolores | Manter os animais fora de caves e arrumos.
Manter os animais dentro de casa quando a relva estiver a ser aparada. Evitar rações que libertem poeiras. Usar desumidificadores. Limpar e desinfectar os desumidificadores e os aparelhos de ar condicionado. Evitar uma grande quantidade de plantas em vaso dentro de casa. |
Pólenes | Mantenha o animal longe de prados ou campos.
Mantenha a relva curta. Passe as patas do seu cão por água depois de vir da rua. Na época dos pólenes evite grandes passeios. |
Outras terapêuticas incluem, terapêutica tópica, imunoterapia, ácidos gordos, anti-histamínicos, imunomoduladores e antibióticos. A escolha destas terapêuticas terá que ser avaliada pelo seu veterinário pois a sua aplicação varia consoante os casos. Tenha em mente que um cão atópico é um paciente crónico e que o êxito do tratamento depende em grande medida da dedicação do proprietário e da sua capacidade de cumprir o tratamento prescrito que em muitos casos é moroso e trabalhoso.