A Esgana é uma doença infecciosa causada por um vírus que afecta exclusivamente o cão, principalmente animais jovens e não-vacinados, sendo uma das mais conhecidas por parte do cidadão comum, pelo facto de ser frequente e simultaneamente grave.

Este vírus é bastante sensível às condições ambientais externas, desinfectantes e detergentes correntes, resistindo com dificuldade no meio ambiente. Por esta razão, a transmissão do vírus da esgana é na maioria das vezes por via oronasal, sendo que os animais infectados o eliminam em todas as secreções e excreções corporais. O vírus atinge as vias respiratórias, estende-se às amigdalas e gânglios linfáticos regionais, acabando por afectar o fígado, baço, gânglios linfáticos abdominais e o tracto gastrointestinal. Com o passar do tempo aparece uma leucopenia (ou diminuição das células de defesa - glóbulos brancos) e um pico de febre transitório, acabando o vírus por entrar na circulação sanguínea.

O quadro clínico e a sua evolução dependem da resposta imunológica do animal infectado. Se a resposta imunitária for rápida e eficaz, a infecção é subclínica e aumenta a probabilidade de uma recuperação completa. No caso da resposta ser fraca, a disseminação rápida e generalizada do vírus aos tecidos do animal (tractos respiratório e gastrointestinal, assim como o sistema nervoso central) dá origem a sinais multissistémicos, novo pico de febre e uma taxa de mortalidade elevada.

Os sinais clínicos são variados e incluem geralmente anorexia, depressão e desidratação, associadas a um quadro de gastroenterite (com vómitos e/ou diarreia), tosse produtiva e queratoconjuntivite (com secreções nasais e oculares purulentas). Numa fase terminal da doença, o vírus afecta o sistema nervoso central, dando origem a desequilíbrio, incoordenação motora, convulsões e mioclonias (ou contracções musculares involuntárias).

O diagnóstico clínico é feito tendo em conta os sinais clínicos digestivos, respiratórios e/ou nervosos, podendo ser necessário realizar um hemograma completo para avaliar a resposta imunitáriado animal. Alguns testes específicos (serologia ou imunofluorescência directa) podem ajudar no diagnóstico.

Uma vez que a Esgana pode apresentar um quadro clínico variável, deve ser um diagnóstico diferencial a ter em conta particularmente em cães jovens com um esquema vacinal incorrecto ou incompleto.
O tratamento de Esgana é dífícil, uma vez que não existe nenhum tratamento anti-vírico eficaz, consistindo no tratamento sintomático, com a administração de antibióticos de largo espectro, fluidoterapia e, consoante os casos, anti-eméticos, anti-convulsivos, entre outros.

Contudo, podemos reduzir a incidência de Esgana: A vacinação é a única forma eficaz de prevenir o aparecimento desta doença!