Coelhos – vacinação

Mixomatose

A mixomatose é uma doença transmitida habitualmente pela picada de um mosquito. A transmissão através de pulgas ou por contacto direto também é possível apesar desta ultima forma ser bastante rara.

Dado que a sua transmissão depende normalmente de um vetor (o inseto) a incidência desta doença concentra-se nos meses quentes com um pico elevado em Julho-Agosto.

Os sintomas clínicos iniciam-se após um período de incubação de 3 a 7 dias e consistem inicialmente pela inflamação, tumefação e vermelhidão das pálpebras e lacrimejamento. Em seguida poderá observar-se um corrimento ocular purulento. A boca, nariz orelhas, as extremidades dos membros e os órgãos sexuais encontram-se igualmente tumefactos. Os animais deixam de comer e de beber, tornam-se apáticos e frequentemente morrem. Existe uma forma atípica da doença que se caracteriza por sintomatologia respiratória e nódulos subcutâneos. Esta apresentação é mais comum em explorações pecuárias de coelhos.

Não existe cura específica e normalmente é instituído um tratamento sintomático de suporte. Existem casos de cura espontânea mas a mortalidade é muito elevada. Muitos proprietários optam pela eutanásia dado o sofrimento causado pela doença.

As medidas preventivas consistem no controlo dos insetos e dos parasitas externos. Em zonas afetadas não se deve dar a comer ao animal vegetação fresca cortada no exterior e poderá instalar-se rede mosquiteira nas janelas das divisões onde se alojam os animais ou mante-los estritamente no interior.

A vacinação é uma forma eficaz de reduzir a mortalidade e os sinais clínicos de mixomatose. Após a vacinação é comum observar-se uma pequena tumefação indolor no local da injeção nas primeiras duas semanas após a vacinação. A tumefação desaparece completamente nas 3 semanas após a vacinação.

Doença hemorrágica viral do coelho

A Doença hemorrágica viral do coelho é uma doença altamente contagiosa provocada por um calicivírus que afeta exclusivamente coelhos das espécies existentes na europa.

Os sintomas são falta de apetite, letargia, febres altas, hemorragias difusas em muitos orgãos, espasmos e morte súbita. É uma doença de progressão extremamente rápida com taxas de mortalidade muito elevadas. O período de incubação ronda as 48h. Os poucos animais que sobrevivem a esta doença mantêm-se portadores excretando o vírus por cerca de 40 dias após o desaparecimento dos sintomas.

Este vírus é muito resistente permanecendo viável no ambiente por muito tempo. O contágio pode ser feito através de:

  • Contacto do coelho com objetos contaminados pelo vírus. Roupas, sapatos, comedouros, jaulas, etc.
  • Contacto direto com animais infetados (p. ex. coelhos selvagens) ou com as suas fezes pêlo, sangue ou urina:
  • Insetos, pássaros e roedores que possam ter contactado com animais infetados ou seus produtos.
  • Os humanos podem disseminar o vírus se estiverem em contacto com coelhos infetados ou com objetos contaminados por estes.

A prevenção desta doença consiste em manter os animais no interior. Lavar as mãos cuidadosamente e mudar de roupa antes de tocar no seu coelho, particularmente se frequentar locais onde possa haver coelhos ou pessoas que contactam com eles como lojas de animais, associações de proteção de animais, etc.

A vacinação é uma forma eficaz de prevenir a mortalidade devida à doença hemorrágica viral do coelho e é essencial no controlo desta doença.

A vacinação para estas duas doenças pode ser feita a partir das 5 semanas de idade e a primovacinação consiste numa aplicação única. A imunidade dura 12 meses pelo que os reforços são anuais.